Contemporânea

A.T.L.A.N.T.I.C. é um projeto anual de âmbito internacional que opera nos domínios da criação, programação e edição. A realizar de forma regular, explora a relação entre imagem em movimento, performance, som, teoria ecológica e o oceano enquanto entidade viva e ecossistema interseccional. Promovendo o diálogo, entre as diversas comunidades, com proximidade direta ao Oceano Atlântico e à sua memória ambiental, através da criação de uma rede internacional de artistas, críticos, curadores, programadores, escritores e cientistas. A arte contemporânea como campo de investigação e produção baseada na imagem em movimento, na crítica e na ecologia; incorporando novas formas de conhecimento e metodologias que promovam a consciência ambiental, modos de vida regenerativos e visões transformadoras para o futuro, sustentadas por práticas e experiências participativas de cuidado e reparação. A água como recurso, rota comercial, força da natureza e meio de transformação, vitalidade e criação, bem como espaço vivo em profunda conexão com a terra e a biodiversidade. Partindo de uma posição pós-antropocêntrica e mais-que-humana, ATLANTIC foca-se em práticas artísticas que problematizem a conexão entre a arte e outros campos de conhecimento que envolvam pesquisa e construam pensamento ancorado em relações sociais, políticas, ecológicas e tecnológicas. A crise agravada do capitalismo, a agitação sociopolítica, as novas guerras, a catástrofe ambiental e a transformação tecnológica constituem cenários cada vez mais prementes e tangíveis. Poderá a arte contemporânea desempenhar um papel essencial na identificação e formação de narrativas em torno da degradação ecológica, incluindo o colapso climático, a poluição, a perda de biodiversidade, a justiça ambiental e social ou nas várias dimensões da cultura, ecologia, política, economia? O ecossistema marinho produz interações biológicas complexas essenciais para a evolução da vida e funciona como agente de equilíbrio do clima na Terra. 

—Celina Brás