Bab Sebta (Ceuta’s gate) consiste numa série de situações reconstruídas com base em observações feitas na fronteira de Ceuta, um enclave espanhol em solo marroquino, cenário de um tráfico intenso de bens manufacturados vendidos a preços reduzidos. Todos os dias, milhares de pessoas trabalham ali. O filme retrata esta "porta de entrada para a Europa", um local onde uma economia obscura de trocas semi-legais ocorre através de uma anomalia fronteiriça. A fronteira é representada por linhas pintadas no alcatrão. Atravessando estas superfícies, Maroufi coreografa um lento ballet ritualístico de gestos e ritos, filmado de cima. A câmara percorre as infinitas filas de pessoas que esperam, com fardos e embrulhos contendo comida, electrodomésticos, roupas e vários outros bens, os quais passarão por postos de controlo, num vai e vem entre contrabandistas e agentes de controlo fronteiriço.
Randa Maroufi, Bab Sebta (Ceuta’s gate) [Porta de Ceuta], 2019, 19 min
Produção
Barney Production & Montfleuri Production.
Apoio
La Fondation des Artistes (FR), Doha Film Institute (QAT), CNC (FR), Kamel Lazaar Foundation (TUN), AFAC (LBN), La Casa de Velázquez (FR), Le Fresnoy (FR), France 2 (FR).
Randa Maroufi é uma artista cuja prática se move entre a fotografia, o vídeo e a instalação, explorando uma relação flexível com a realidade. Muitos dos seus projectos são desenvolvidos em estreita colaboração com comunidades com as quais mantém ligações, embora nem sempre pertença a elas. As cenas que constrói evocam uma realidade singular — uma realidade que, embora factual, estabelece uma ligação ética com a experiência vivida. Os seus filmes Le Park (2015) e Bab Sebta (2019), distinguidos em vários festivais, marcam o início de uma trilogia dedicada a três cidades marroquinas. L’mina (2025) é o capítulo final dessa série. Maroufi é licenciada pelo Institut National des Beaux-Arts de Tétouan, pela École Supérieure des Beaux-Arts de Angers e pelo Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains. Nasceu em 1987, em Casablanca, Marrocos.